O encontro de Carla Madeira com o público carioca, na inauguração da Janela Livraria do Shopping da Gávea, na noite de segunda (17), foi uma amostra da relação de intimidade que a literatura da autora de ‘Tudo é rio‘, da Record, estabelece com seus leitores. A noite de autógrafos foi precedida por um bate-papo mediado pela jornalista Bianca Ramoneda numa das salas de cinema do shopping que teve sua lotação esgotada. Até a atriz Malu Mader foi vista correndo para garantir a pulseira que dava acesso à sessão que contou com as presenças também de outras personalidades cariocas como Marjorie Estiano, Cora Rónai e a imortal Rosiska Darcy.
“A Carla é uma das melhores escritoras brasileiras, na minha opinião. E a prova disso é como ela falou esta noite de literatura”, elogiou Rosiska. “Ela conhece a literatura com o corpo dela, e faz literatura assim. Por isso que a literatura dela é tão bonita”.
Com seus três livros na lista dos 20 mais vendidos da Veja na categoria ficção, Carla é atualmente a autora brasileira que mais vende livro no país. Apesar de ter lançado mais recentemente ‘A natureza da mordida‘, o tema que costuma fazer mais sucesso nas conversas com seus leitores é o levantado por ‘Tudo é rio’, seu maior best-seller com mais de 200 mil exemplares vendidos.
“A gente não pode confundir a ideia de perdão com a ideia de não punição. A gente não é só um erro que comete, e a ideia de perdoar é a que nos possibilita avançar. A questão do perdão, do erro e da reparação é a riqueza e a matéria da condição humana”, refletiu Carla, respondendo a uma das perguntas da mediadora. “A literatura tem que estar no território do poder olhar para o mal. Investigar, escutar, ir nesse lugar. Se a gente quiser colocar a literatura como um lugar perfeito, onde tudo acontece perfeito, a gente vai perder a possibilidade de olhar para as sombras”.
Carla revelou à plateia que está trabalhando num novo livro. Apesar de ter se esforçado para desenvolver uma trama leve, a tentativa fracassou, então as leitoras e os leitores podem se preparar.
A sessão de autógrafos na Janela logo depois do bate-papo se estendeu até quase onze da noite com a fila tomando o corredor do shopping. O advogado Bernardo Braga Pasqualette, autor de duas biografias, foi um dos últimos a conseguir o seu autógrafo. “As falas dela soaram para mim como um complemento aos seus livros. Carla Madeira é sentir, em essência, a potência da escrita feminina que define tão bem os dilemas da sociedade atual, sua escrita consegue capturar precisamente o espírito do tempo. Do nosso tempo”, comentou Pasqualette, enquanto esperava a sua vez.
A vice-presidente do Grupo Editorial Record, Roberta Machado, festejou a oportunidade que a Janela proporcionou aos leitores: “Os livros da Carla têm disso: pedem mais, pedem reflexão, pedem troca. Então além de nos presentear com os livros em si, a Carla tem tido a generosidade de enriquecer nosso pós-leitura com excelentes reflexões”.