Romance vencedor do Prêmio Sesc de Literatura deste ano, “Entre as mãos”, de Juliana Leite, foi anunciado na última terça,11, como um dos ganhadores do Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).
O corpo feminino — o corpo de Magdalena, a protagonista — é quem dita o ritmo do livro. Dividida em três partes, a obra fala sobre sobrevivência: “Não no sentido do heroísmo, longe disso, mas da sobrevivência modesta e muito persistente na vida de uma mulher comum, trabalhadora encarnada no contemporâneo de uma cidade ordinária”, declara Juliana.
A autora passou quatro anos escrevendo “Entre as mãos”, e o título de seu livro não é por acaso. Também não é casual que sua protagonista seja uma tecelã. O trabalho manual – seja o de costureiras, bordadeiras, manicures, carpinteiros e agricultores que fazem parte da ancestralidade de Juliana; seja o próprio fazer literário – norteia a concepção do romance. “As linhas de texto que se cruzam surgiram quando comecei a me perguntar, ao longo do processo, como o próprio texto poderia ser um trabalho manual, algo que se fia e se desfia, e que muda a trama conforme seu deslocamento”, explica.
A cerimônia de premiação do APCA acontece no primeiro semestre de 2019.