O Grupo Editorial Record lamenta a morte nesta terça-feira de Maryse Condé, aos 90 anos. A editora vinha trabalhando na tradução de um livro inédito no Brasil da autora guadalupense. Publicado pela editora Rosa dos Tempos, Eu, Tituba, bruxa negra de Salém foi seu livro de maior sucesso no mercado brasileiro e que abriu a porta para os outros romances da escritora, entre eles O Evangelho do novo mundo e O fabuloso e triste destino de Ivan e Ivana.
Nascida em Guadalupe, em 11 de fevereiro de 1934, ela escreveu mais de vinte livros, de diversos gêneros literários. Concluiu o doutorado pela Universidade de Paris III em 1975, com pesquisa sobre os estereótipos negros na literatura caribenha, e era professora emérita de francês e filologia românica nas universidades de Columbia e Harvard. Era considerada uma das principais ativistas da luta contra o racismo no meio acadêmico e literário.
Em 2018, recebeu o The New Academy Prize in Literature, premiação criada como alternativa ao Nobel Prize de 2018, suspenso devido a um escândalo sexual na instituição. Em 2021, foi agraciada com o Cino del Duca, principal premiação francesa destinada a reconhecer os maiores responsáveis pela divulgação de ideias humanistas. Foi finalista duas vezes do International Booker Prize, em 2015 e 2023.
A Grande Dama da literatura caribenha era casada com Richard Philcox, tradutor de sua obra. A Rosa do Tempos prepara para o segundo semestre deste ano mais um lançamento de Maryse, Victoire, les saveurs et les mots (ainda sem título em português).